quinta-feira, 17 de junho de 2010

O MEU PERCURSO DE VIDA ATÉ Á MINHA FORMAÇÃO NO CENTRO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL DE SETÚBAL

A área de electricidade e energia integra actividades de instalação, manutenção e diagnóstico dos problemas técnicas das ligações e de outros equipamentos em habitações e em empresas comerciais e industriais, revestindo características da manutenção industrial, da manutenção de edifícios e da manutenção doméstica, cuja principal missão é desenvolver intervenções de manutenção correctiva, preventiva e construtiva dos equipamentos, sistemas e instalações.
A promoção das energias renováveis é uma das principais prioridades e estratégia para o sector energético.
Por esta razão considero que o aumento da opção das energias renováveis é muito importante e é um grande passo da Humanidade.
Desde os meus 17 aninhos que deixei os estudos e iniciei a minha carreira profissional. Ingressei no mundo do Trabalho.
Completei o 9º ano de escolaridade obrigatório em escola oficial de Estado e posteriormente frequentei um curso de formação profissional ao qual me inscrevi por iniciativa própria, curso este que era de Técnico de Mecatrónica equivalente ao nível III, ou seja, equivalente ao 12º ano de escolaridade. No qual por motivos pessoais desisti no segundo ano de três para terminar o mesmo.
Fiquei somente, como inicialmente apenas com o 9º ano de escolaridade. Porém iniciei uma nova etapa na minha vida, decidi ingressar no mundo de trabalho, ou seja, eu queria trabalhar.
E assim foi, iniciei a minha carreira profissional numa empresa chamada de AMORLUX – Projectos e Instalações Eléctricas, LDA inaugurada na Amora e recentemente situada em Paio Pires concelho do Seixal, onde aprendi a executar instalações eléctricas em vários pontos do País. Permaneci nesta empresa durante longos quatro anos, onde aprendi muito, aliás foi aqui que aprendi o que sei hoje em dia.
Deixei a AMORLUX e decidi ingressar num emprego melhor no mesmo ramo profissional, ou seja, no ramo Eléctrico.
Deixei então o meu primeiro emprego.
Da AMORLUX nunca me irei esquecer, de tudo o que ela me deu e o que aprendi! Ao fim de contas, foi ela que me ensinou a dar os primeiros passos no ramo. Com muita pena, mas tive de a abandonar a AMORLUX.
Abandonei a empresa devido á sua exigência relativamente a deslocações, a grande parte dos trabalhos a executar eram situados em Lisboa, Porto e Algarve e não tinha ainda a carta de condução na qual estava na tentação de adquirir a mesma.
Mas todavia, querendo eu adquirir a carta de condução, a mesma era missão impossível, pois além das deslocações e estar dependente dos transportes públicos, o horário de trabalho laboral não era compatível para tal.
Trabalho este que consistia na construção, manutenção e reparação desde obras de construção civil de raiz, de acabamentos e outros afins. Praticamente por assim dizer, estava entregue “á Bicharada”.
Antes de sair da AMORLUX, fui contactado pela EFACEC SERVIÇOS, contactado através de boas referências sobre o meu trabalho executado ao longo dos quatro aninhos de empresa que já tinha na AMORLUX, onde fui colocado de preferência própria a executar funções de manutenção de electricidade e sistemas AVAC (Ar Ventilado e Ar Condicionado) no hospital Garcia de Orta em Almada.
Muito mais perto de casa, já me possibilitava tal objectivo da aquisição do título de condução, e ainda tinha tempo para mais.
Realmente perde-se muito tempo em transportes públicos.
Com este novo emprego ao serviço da EFACEC, mais “limpo” beneficiei ainda para enriquecer o meu curriculum vitae a obtenção técnica, teórica e prática dos sistemas AVAC, que nos dias de hoje são sistemas imprescindíveis a circuitos fechados, possibilitando aos mesmos fechados a circulação, insuflação e extracção de ar forçado.
Mesmo assim, não me podia considerar um técnico dos mesmos sistemas devido a não estar qualificado para tal e também porque apenas só tinha adquirido alguma teoria e prática dos mesmos, suficientemente bons para ter executado o meu papel na manutenção daquele edifício hospitalar tão extenso.
Sinto-me bem, toda a gente adorou o meu trabalho, sobretudo a pessoa que fui, que é a mesma que sou. Sinto-me aliás muito satisfeito por ter satisfazido.
Frequentei aquele edifício hospitalar ao serviço da EFACEC SERVIÇOS durante dois longos anos.
Durante esse tempo, por vezes tinha momentos de auto reflexão para comigo e fui despertando em relação a alguns factos e situações. Eu recebia relativamente pouco, o equivalente ao ordenado mínimo nacional, sujeito aos descontos da segurança social e seguro de vida e não possuía qualificação técnica alguma e além disso só tinha o 9º ano de escolaridade.
Era dos trabalhadores mais novos daquele edifício, senão até mesmo o mais novo. Bem o que é certo é que na minha equipa era o mais novo em termos hierárquicos e de idade.
Os meus chefes e colegas de trabalho, estes renumeravam mensalmente o dobro e no caso das chefias de equipas até recebiam o triplo da minha quantia mensal, pois estes possuíam idades superiores e qualificações. Alguns não possuíam qualificação alguma, mas a idade é um posto e via-se perfeitamente que estavam a entrar quase na reforma.
Contudo comecei a visualizar mentalmente e a reflectir sobre a situação onde me estava a enquadrar e questionei-me: O que estou aqui a fazer?; È isto que eu quero para a minha vida? Ser um “Zé-ninguém”?
Enfim foram várias as perguntas sem resposta.
Até que num belo dia acordei de manhãzinha e parece que se tinha feito luz na minha mente, pelo menos cheguei a uma conclusão que se baseava numa decisão importante.
Decidi que tinha que voltar a estudar, queria voltar a estudar!
Contactei primeiramente os meus colegas de trabalho, dizendo que ia deixar aquele trabalho, que ia por o ponto no i que me faltava, enfim que ia voltar a estudar.
Ia adquirir um certificado com dupla qualificação, iria tentar novamente mas com mais motivação adquirir o 12º ano e uma carteira profissional.

Foi um autêntico balde de água fria, ninguém estava à espera de uma decisão tão acentuada como aquela que eu decidi numa segunda-feira (nunca mais me esqueci deste dia e recordo-me do mesmo como se fosse ontem), eram oito da manhã e alguns meus colegas, membros da equipa ainda nem o café e o pequeno-almoço tinham tomado.
Embora estupefactos coma situação, apenas me disseram que a atitude e decisão que tomei era nobre, plausível e que já a deveria ter tomado á mais tempo.
Como podem imaginar, senti-me automaticamente deslocado. Senti-me culpado, nunca deveria ter desistido de estudar, pensei eu.
Por outro lado pensei logo a seguir que se tivesse continuado os estudos, não saberia nem teria a prática que tenho hoje em dia, ou talvez soubesse!
Nunca o irei descobrir!...
O que sabia, é que ainda me faltava falar com a minha entidade patronal.
E assim foi, como eu já esperava , não era nada fácil para mim aquela situação e já sabia que não poderia ser feita dum dia para o outro. Falei com a entidade responsável da EFACEC SERVIÇOS e chegámos a um acordo mútuo, chegaria ao fim do meu contrato de trabalho e a mesma passava-me a carta para o fundo de desemprego.
No fim de contas eu estava a lutar pela minha vida, pelo meu futuro. Eles compreenderam perfeitamente.
Assim sendo terminando o meu contrato de trabalho, fui automaticamente inscrito no fundo de apoio social e de desemprego do Instituto de Emprego de Almada como sendo desempregado, onde de imediato inscrevi-me para uma formação de dupla qualificação profissional.
Nos cursos relacionados ao meu ramo profissional a mim atribuídos e disponíveis, existiam três disponíveis, de entre eles fiquei em dúvida perante dois deles.
Estavam disponíveis o curso de Electricista em Lisboa, onde através da minha experiência profissional iria aprofundar os meus conhecimentos, certificar-me e qualificar-me com o 12º ano de escolaridade que sempre quis.
O segundo curso a mim disponível, era o de Técnico de frio, também este em Lisboa onde poderia também aprofundar meus conhecimentos, dado que já tinha algum conhecimento sobre sistemas AVAC, que também este me daria a dupla qualificação.
Por fim o terceiro curso disponível e recentemente inserido no sistema, era o de técnico instalador de sistemas solares fotovoltaícos, dupla qualificação, mas este já estava mais longe, localizado em Setúbal.
Sabendo eu sobre os cursos e sua localização, é que fiquei na dúvida e foi necessária uma acção chamada de decisão ou vice-versa.
Tinha agora naquele momento o futuro entre uma caneta e um papel e teria de escolher o que queria, o melhor para mim e para o meu futuro.
Pois bem, pensando bem, foi uma boa aposta!
Foi uma boa decisão, escolhi então o curso de técnico instalador de sistemas solares fotovoltaícos, embora a formação para a mesma qualificação fosse em Setúbal.
Apostei neste curso porque apesar de ser uma nova aposta governamental e mundial é urgente renovar e inovar o mundo.
Temos todos de recorrer às energias renováveis, que neste caso, o sol, que é uma fonte de vida, uma fonte de energia.
Estamos perante uma mudança, mudança esta para melhor. Melhor para o nosso ecossistema e também para mim, que obtenho a dupla qualificação e contribuo como muitos outros para a “cura” do nosso mundo em que vivemos, que nós conhecemos.
È um curso que vai dar imensa saída profissional, porque partindo do principio básico de uma mudança a efectuar e que já todos nós testemunhámos, é urgente mudar.
Não nos podemos dar ao luxo de poluir mais o nosso ecossistema. È altura de “limparmos o que sujámos” e “curar a doença que contraímos”.
Temos de mudar o mundo, mudar a nossa rota.

Basicamente e um bom exemplo electrotécnico para resumir o que acabei de referir no paragrafo anterior, imaginemos que estamos a usar um martelo electro-pneumático no processo de abertura de um buraco e que acidentalmente destruímos um cabo de alimentação geral do quadro eléctrico. Ficámos sem energia. Precisamos agora de uma energia alternativa á que tinha-mos para a conclusão do processo e respectiva reparação do acidente.
Imaginemos agora o petróleo como sendo a energia do quadro eléctrico, então neste caso precisamos de uma fonte de energia alternativa para fornecer energia ao martelo electro-pneumático para conseguir-mos terminar o processo e reparar o acidente provocado.

Foi sem dúvida uma boa aposta para o meu futuro tendo em conta também os meus 23 aninhos hoje em dia e a minha experiência profissional.
Só é pena é ter de me levantar todos os dias muito cedo, durante os próximos dezoito meses de formação, às cinco da manhã.

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